Mostrando postagens com marcador Tomb Raider. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tomb Raider. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de julho de 2013

Escrito por em 21.7.13 com 0 comentários

Tomb Raider (II)

Às vezes eu queria saber quem foi que inventou o reboot. Dizem que foi a Warner, com Batman Begins, mas ainda não consegui confirmar. Seja lá quem foi, o fato é que virou moda. Homem-Aranha 3 teve pouco público, Homem-Aranha 4 foi cancelado? Reboot. Os atores estão velhos (ou mortos) demais para fazer um novo filme de Jornada nas Estrelas? Reboot. Um filme qualquer foi considerado ruim, mas o estúdio aposta nele? Reboot. O reboot também não deu certo? "Reboota" de novo.

E aí, de reboot em reboot, não se consegue construir um clássico. Já pensaram que doido se, no meio da década de 1980, o George Lucas tivesse decidido "rebootar" Star Wars? Ou se, quando chegou a hora de levar Arquivo X para os cinemas, Chris Carter tivesse optado por um reboot? E isso sem nem mencionar o fato de que está se passando cada vez menos tempo entre a estreia de um filme e de seu reboot - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, por exemplo, ainda estava nos cinemas quando a Warner anunciou sua intenção de "rebootar" o Batman.

Comecei a filosofar sobre isso essa semana, quando vi vendendo o novo Tomb Raider. A série Tomb Raider sempre esteve dentre meus favoritos, cheguei a comprar os seis primeiros jogos, exceto o primeiro, pouco depois do lançamento de cada um (e comprei também os CDs de bônus, o que faz com que eu tenha dois discos de Tomb Raider II - do original eu só tenho um porque nunca comprei o jogo "solto", comprei direto o Unfinished Business), mas, já há alguns anos, não me interesso tanto por ela. Em parte, por causa do reboot.

Tudo bem que a série já não tinha mais para onde ir, Angel of Darkness foi horroroso, mas, quando disseram que o sétimo jogo iria recomeçar tudo do zero, inclusive com uma nova "origem" para Lara Croft, não me interessei em comprar. E aí, quando depois de apenas dois jogos (na verdade quatro, mas dois nem contam) eles disseram que iriam recomeçar tudo de novo, bem, aí eu tive certeza de ter tomado a decisão certa.

Ou não. Vai ver que os Tomb Raider que eu nunca joguei são excelentes, que eu me divirtiria muito jogando e que esteja perdendo essa diversão por causa de um preconceito. Por isso, sempre que eu vejo o novo vendendo, fico na dúvida se compro ou não. Enquanto eu não decido, resolvi fazer uma segunda parte do post sobre Tomb Raider, para falar também sobre os jogos lançados depois que eu escrevi a primeira, aqueles pós-reboot.


O primeiro jogo pós-reboot seria Tomb Raider: Legend, lançado em 2006 para PC, Playstation 2, Xbox, Xbox 360, GameCube, PSP, Nintendo DS e Game Boy Advance - essas duas últimas versões com algumas diferenças impostas pelas limitações dos sistemas. Assim como todos os jogos pós-reboot, Legend não seria produzido pela Core, mas pela Crystal Dynamics, comprada pela Eidos, criadora da série Tomb Raider, em 1998 - assim, tudo ficaria "em casa". A jogabilidade característica da série foi mantida e houve um notável avanço nos gráficos desde Angel of Darkness, mas, como todo bom reboot, o jogo ignorava completamente os acontecimentos dos seis anteriores, recontando a história de Lara.

Aos nove anos de idade, Lara estava viajando com sua mãe quando seu avião caiu no Himalaia. Ambas sobreviveram, e acabaram encontrando um estranho templo no qual havia um fragmento de espada em um altar. Lara mexeu na espada, o que ativou uma espécie de portal que sugou sua mãe. Anos mais tarde, já adolescente, Lara estava explorando algumas ruínas no Peru em companhia de uma amiga, Amanda Evert, quando houve um desabamento. Lara conseguiu fugir, mas Amanda, aparentemente, morreu.

Nos dias atuais, Lara descobre que ambos os incidentes estão interligados, já que o desabamento foi causado por um fragmento de espada semelhante ao que abriu o portal que levou sua mãe. Esses fragmentos pertenceriam à Excalibur, e o inescrupuloso aventureiro James Rutland estaria tentando reuni-los em proveito próprio. Acreditando que os fragmentos podem ajudá-la a recuperar sua mãe, Lara parte para também reuni-los. Em sua viagem, ela passará por Bolívia, Peru, Japão, Cazaquistão, Inglaterra e Nepal, e descobrirá não somente que Amanda ainda está viva e também procura pelos fragmentos - se tornando sua principal antagonista na busca - mas também que o portal levou sua mãe para Avalon, a mítica terra onde descansa o Rei Arthur.

Curiosamente, enquanto a Crystal Dynamics produzia Legend, a Core, responsável pelos seis jogos anteriores, também trabalhava em um Tomb Raider: em 2005, a Core desenvolvia um novo engine (o software que faz o jogo funcionar e cuida de todas as suas características), chamado Free Running, e, para testá-lo, a equipe de desenvolvimento usaria um modelo de Lara. Durante o teste, surgiu a ideia de que se criasse um remake do primeiro Tomb Raider, para comemorar os dez anos de seu lançamento, usando o Free Running e acrescentando elementos que só surgiriam nos jogos seguintes, como a habilidade de "dobrar esquinas" ao escalar e a de usar barras para impulso como uma ginasta. A Core entrou em contato com a Eidos, que permitiu, e o desenvolvimento do jogo começou, sob o título de Tomb Raider: 10th Anniversary Edition. Até mesmo um trailer do novo jogo chegou a ser produzido para ser exibido em feiras e convenções.

Enquanto a Core trabalhava no jogo, porém, Legend seria lançado, e, satisfeita com o resultado e com as vendas, a Eidos decidiria passar a produção do remake também para a Crystal Dynamics. A Core, evidentemente, não ficou nada satisfeita com a notícia, principalmente pela forma como ela foi dada: uma semana após o trailer ser divulgado na internet, a Eidos convocaria uma coletiva de imprensa e anunciaria que a Crystal Dynamics estava trabalhando em um jogo chamado Tomb Raider: Anniversary, para ser lançado no ano seguinte. Pouco tempo depois, a Eidos entraria em contato com a Core e informaria que, até segunda ordem, eles não tinham mais autorização para produzir nenhum jogo de Tomb Raider.

Tomb Raider: Anniversary seria lançado em 2007, para PC, Mac, Playstation 2, Xbox 360, PSP e Wii. Exceto pelos gráficos - Anniversary usa uma versão aperfeiçoada do engine de Legend - por algumas novas cut scenes e por algumas mudanças na jogabilidade, o jogo é idêntico ao primeiro Tomb Raider, com Lara viajando ao Peru, Roma, Egito e Atlântida para impedir que Jacqueline Natla ponha as mãos em um antigo artefato. A versão Wii trazia algumas modificações a mais, para aproveitar as características do Wiimote - ele podia ser apontado para a tela para mirar, ou movido como se fosse uma pá quando Lara precisasse escavar, por exemplo.

Curiosamente, Anniversary também seria considerado pela Eidos um jogo pós-reboot, ou seja, tendo ocorrido no mesmo universo que Legends (e não no mesmo universo do Tomb Raider do qual ele é um remake). Situar Anniversary cronologicamente, entretanto, é meio problemático, já que Legends possui um final aberto e o jogo seguinte, Tomb Raider: Underworld, é sua continuação direta, começando exatamente de onde Legends terminou - a teoria mais aceita é que Anniversary ocorre entre o acidente que supostamente matou Amanda e o confronto entre Lara e Rutland na Bolívia.

Lançado em 2008 para PC, Mac, Playstation 2, Playstation 3, Xbox 360, Wii, N-Gage e Nintendo DS, Underworld acompanharia Lara em sua busca por Avalon, tentando resgatar sua mãe. Nessa busca, ela passará pelo Mar Mediterrâneo, pela Tailândia, pela Mansão Croft, pelo México, pela ilha de Jan Mayen e pelo Oceano Ártico, tudo buscando encontrar antigas relíquias relacionadas aos deuses nórdicos que lhe permitiriam reabrir o portal, e tendo de enfrentar Amanda Evert, Jacqueline Natla e uma duplicata maligna de si mesma ao longo do caminho. A versão Xbox 360 contava ainda com duas novas fases disponíveis através do donwloadable content, com uma delas, inclusive, permitindo que o jogador controlasse a duplicata maligna.

Underworld não usou o mesmo engine de Legends e Anniversary, mas um totalmente novo, ainda mais poderoso. Os programadores aproveitaram esse fato para dar uma repaginada no visual de Lara, que, pela primeira vez, foi desenvolvida usando a tecnologia de captura de movimentos, com a ginasta norte-americana Heidi Moneymaker realizando os movimentos que depois seriam transferidos para o modelo criado no computador. O novo engine também possibilitou que Lara afetasse o ambiente à sua volta - e vice-versa - de uma forma nunca vista na série - pegadas deixadas na lama somem quando chove, mas ficam lá enquanto isso, por exemplo - o que contribuía não só para maior realismo, mas também para a própria jogabilidade - é mais difícil escalar uma pedra molhada ou quebrada do que uma seca e inteira. Novidades na jogabilidade também incluíam a capacidade de atirar em dois alvos diferentes quando Lara estivesse com uma arma em cada mão, um novo sistema de luta corpo a corpo, que permitia que Lara atacasse seus oponentes com socos, chutes e arremessos, e os chamados "momentos de adrenalina", nos quais o jogo fica em câmera lenta para que o jogador possa definir melhor o que Lara deve fazer. Mais uma vez, a versão Wii contou com modificações que permitiam que o jogador usasse o Wiimote para efetuar tarefas, ao invés de simplesmente pressionar botões.

Em 2009, a Eidos seria comprada pela Square Enix, de Final Fantasy, que consideraria que a série estava "encerrada", e que Legend, Anniversary e Underworld formavam a trilogia oficial de Tomb Raider. A princípio, portanto, não seriam lançados novos jogos para a série. Lara, porém, não ficaria desempregada, se tornando protagonista de uma nova série que levaria seu nome, uma série de jogos chamados Lara Croft.

O primeiro jogo dessa nova série, Lara Croft and the Guardian of Light, seria lançado em 2010, para PC, Mac, Playstation 3 e Xbox 360. O engine era o mesmo de Underworld, e a equipe responsável a mesma que havia trabalhado nos três jogos anteriores, mas havia pelo menos uma diferença grande: o principal foco do jogo era no modo multiplayer, com dois jogadores precisando cooperar corretamente para que a missão fosse cumprida sem percalços. Para não desagradar quem gosta mais de jogar sozinho, um modo de um jogador também foi incluído, mas com alguns mapas e quebra-cabeças diferentes - ao contrário de outros jogos do tipo, aqui, no modo de um jogador, Lara age verdadeiramente sozinha, sem a ajuda de um segundo personagem controlado pelo computador, por isso as mudanças.

No jogo, Lara encontra um antigo artefato, o Espelho da Fumaça, na América Central, mas é atacada por mercenários que planejam roubá-lo, sem saber que o Espelho é a prisão de Xolotl, o Guardião das Trevas. Inadvertidamente, os mercenários libertam Xolotl, o que faz com que Totec, o Guardião da Luz, retorne à vida para impedi-lo. No modo para um jogador, Lara e Totec seguem caminhos diferentes tentando encontrar e aprisionar Xolotl, com o jogador controlando Lara; no modo multiplayer, eles unem suas forças para fazê-lo, com um jogador controlando Lara e o outro controlando Totec. Entre as interações possíveis entre os dois personagens, Totec pode segurar seu escudo sobre a cabeça para que Lara o use como plataforma para alcançar lugares altos, ou lançar sua lança contra uma parede para que Lara a use como degrau; em contrapartida, Lara possui uma arma daquelas que disparam uma corda com gancho, e, se criar uma corda-bamba com ela, Totec pode atravessá-la. É interessante registrar que esse jogo não possui o mesmo estilo dos Tomb Raider, nos quais a câmera acompanha Lara de trás, sendo mais parecido com God of War, com a câmera assumindo posições diferentes a cada parte do jogo. Diferentemente do que ocorre nos Tomb Raider, nos quais Lara roda o mundo (à exceção de The Last Revelation, todo ambientado no Egito), Lara Croft and The Guardian of Light é totalmente ambientado em um mesmo templo da América Central.

Em 2011, seria lançada a coletânea The Tomb Raider Trilogy, exclusivamente para Playstation 3, que trazia versões remasterizadas de Legend e Anniversary junto com Underworld, tudo em um único disco. Antes do lançamento, foram prometidos "bônus exclusivos", e todo mundo achou que seriam as fases de Underworld até então exclusivas do Xbox 360; na verdade, porém, os tais bônus eram avatares, temas e vídeos de making ofs dos três jogos.

Então, no ano seguinte, surpreendendo a todos, ao invés de anunciar mais um jogo da série Lara Croft, a Square Enix anunciaria mais um jogo da série Tomb Raider. Como a série estava encerrada, o novo seria - adivinhem - um reboot, recomeçando a história de Lara do zero mais uma vez. A Crystal Dynamics continuaria como desenvolvedora do jogo, e trabalharia em um novo engine, ainda mais poderoso que o de Underworld, para tornar o jogo ainda mais realístico.

No novo jogo, Lara é recém-formada em arqueologia, e suas teorias sobre o Império Perdido de Yamatai chamam a atenção da família Nishimura, que decide financiar uma expedição a uma ilha na costa japonesa para encontrar vestígios de tal civilização. Além de Lara, a expedição conta com diversos outros membros, dentre eles uma moça da família Nishimura, um célebre arqueólogo e um militar que atua como mentor de Lara. Quando se encaminha para a ilha, porém, o navio da expedição é atingido por uma tempestade e naufraga. Lara, sozinha, parte em busca dos outros membros, tendo de lidar com animais selvagens e com a Irmandade Solarii, um grupo de criminosos, mercenários e náufragos que idolatra Himiko, Imperatriz Yamatai que teria poderes xamânicos.

Diferentemente dos Tomb Raider anteriores, o foco do novo jogo é mais na sobrevivência que na resolução de quebra-cabeças: Lara deve percorrer a ilha evitando ou se confrontando com a Irmandade, para descobrir o que teria acontecido com os demais membros da expedição; inexperiente e amedrontada, ela terá de se adaptar rápido se quiser escapar. Várias sidequests - missões que não fazem parte da história principal - levam Lara a explorar templos e tumbas e a revisitar locais por onde já passou, em busca de valiosos itens. Assim como Lara Croft and The Guardian of Light, o jogo conta com um modo multiplayer, no qual os jogadores podem escolher jogar como membros da Irmandade ou como sobreviventes da expedição, com um dos grupos tendo de realizar um objetivo antes do outro para vencer.

Lançado em março desse ano para PC, Playstation 3 e Xbox 360, o novo Tomb Raider mais uma vez usa a tecnologia da captura de movimentos para dar vida a Lara, que cada vez mais se parece com uma pessoa de verdadede - a Crystal Dynamics chegou a contratar a modelo Megan Farquhar para "ser" Lara Croft, usando sua aparência, altura e constituição física na hora de criar o modelo virtual da personagem. Como já se tornou tendência, o jogo conta com novas roupas para Lara e novos mapas para o modo multiplayer, que devem ser adquiridos por downloadable content.

O novo Tomb Raider foi recebido com grande estardalhaço, aclamado pela crítica e considerado um reboot bem-vindo e necessário. As principais reclamações ficaram por conta do modo multiplayer, visto como confuso e cheio de falhas.

Com certeza, após esse sucesso, virão novos Tomb Raider por aí. A Lara audaz e intrépida dos primeiros jogos deu lugar a uma nova, mais humana e falível. Se isso contribuirá positivamente para os novos títulos, só o tempo poderá dizer.

Tomb Raider

Parte 2

Ler mais

domingo, 6 de junho de 2004

Escrito por em 6.6.04 com 0 comentários

Tomb Raider (I)

Tomb Raider IUm de meus jogos de videogame preferidos, sobre os quais ainda não tinha falado por aqui, é a série Tomb Raider. Nem tanto por causa da Lara Croft, mas pelo sistema de jogo, que ainda não consegui encontrar em nenhum outro do gênero (o que chegou mais perto foi Deathtrap Dungeon, mas ainda assim era bem diferente).

Tomb Raider (algo como "saqueador de tumbas") foi criado em 1996 pela gamehouse britânica Eidos, em parceria com a softhouse Core. Os jogos com gráficos poligonais estavam começando a surgir, e os programadores da Eidos planejavam fazer um jogo que misturasse ação, aventura e quebra-cabeças. Já existiam muitos jogos semelhantes (como Gabriel Knight, por exemplo) mas a Eidos queria algo no qual a interação do jogador com o personagem fosse mais do que escolher suas ações em um menu enquanto corria para lá e para cá. A idéia era fazer um jogo no qual o personagem pudesse ser efetivamente controlado, inclusive durante os combates, e os quebra-cabeças fossem resolvidos através de suas ações, não de menus. Aparentemente, os gráficos poligonais permitiriam que se fizesse algo do gênero, e o projeto começou.

Inicialmente, a estrela de Tomb Raider seria um homem, uma mistura de Indiana Jones com Agente do FBI, tentando recuperar artefatos roubados e/ou desaparecidos. Um dos programadores imaginou que o jogo faria mais sucesso se a estrela fosse uma mulher, pois existiam pouquíssimos jogos com protagonistas femininas na época. A idéia foi bem aceita, e a personagem ganhou o nome provisório de "Indiana Jane".

Tomb Raider IIPróximo à conclusão do jogo, porém, este nome foi descartado, e a heroína ganhou o nome de Laura Cruise. Antes do lançamento do jogo, quando ele foi apresentado ao pessoal da Core, eles perguntaram se a moça era americana ou britânica. Sem ter uma resposta para esta pergunta, os programadores disseram que ela era britânica (já que tanto a Eidos quanto a Core eram britânicas), o que levou à conclusão de que Laura Cruise não era um "nome britânico". Com algumas pequenas modificações, Laura Cruise virou Lara Croft, um nome bem mais forte, mais bonito, e mais britânico.

Não se sabe se por causa da Lara Croft, pouco após seu lançamento, Tomb Raider já era um grande sucesso, tendo versões para PC, MacIntosh, Playstation e Sega Saturn. Lara virou uma mania mundial, e milhares de jogos com o mesmo sistema (e com protagonistas femininas) começaram a aparecer, o que, de certa forma, causou a extinção dos jogos de plataforma tradicionais.

Apesar desse plágio todo, Tomb Raider continua único, e se aperfeiçoava a cada versão (bem, pelo menos até a última, que é horrível), o que o deixava sempre um passo à frente de seus concorrentes.

Tomb Raider IIIA primeira versão, lançada em 1996, apesar de ter gráficos feios para os padrões de hoje, foi produzida com o pináculo da tecnologia da época. Lara Croft, arqueóloga e exploradora, é contratada por Jacqueline Natla, CEO da Natla Technologies para encontrar um artefato desconhecido no Peru. No decorrer do jogo, Lara descobre que tal artefato era parte da Scion, um antigo artefato da cidade de Atlântida, e que poderia dar poderes ilimitados a seu possuidor. Ao deduzir que o plano de Natla era ganhar poderes ilimitados para algum propósito, Lara decide intervir e recuperar o artefato ela mesma, colocando-o a salvo da maldade dos homens (é, ela tem mania de fazer isso). O jogo tem 15 longas fases, divididas em 4 "mundos", Peru, Roma, Egito e Atlântida. Cada fase tem segredos, quebra-cabeças e perigos próprios e diferentes, o que garante diversão por muitas e muitas horas.

O sucesso estrondoso do jogo levou ao lançamento quase instantâneo de Tomb Raider II: The Adventures of Lara Croft, em 1997, novamente para PC, Mac, Playstation e Saturn. Desta vez a missão de Lara era encontrar a Adaga de Xian, um artefato que, cravado no coração de um homem, o transformaria em um dragão. Com a ajuda de novas armas (incluindo um lança-arpão, a única que funciona embaixo d'água) e técnicas de salto, Lara deve encontrar o artefato antes da Fiamma Nera, uma organização criminosa liderada por Marco Bartoli, que quer a adaga para si. Lara também pode dirigir uma lancha e um snowmobile, adicionando ainda mais ação a algumas fases. E desta vez são 20 fases, sendo que uma delas só estará disponível se você encontrar todos os segredos do jogo (são três por fase) e outra não é obrigatória: trata-se da Mansão Croft, onde você poderá treinar todos os movimentos de Lara, "auxiliada" por seu mordomo Winston. As demais 18 fases, como no jogo anterior, estão divididas em 4 "mundos": Grande Muralha da China, Veneza, Navio Afundado (meu preferido) e Tibet.

Ainda em 1997 foi lançado Tomb Raider: Unfinished Business, um CD duplo apenas para PC e Mac, com Tomb Raider I e mais quatro fases de bônus, duas no Egito e duas em Atlântida. Quem comprou um Tomb Raider oficial teve o direito de baixar estes quatro níveis de graça do site da Eidos, para não ter que gastar dinheiro de novo.

Vestida para dançar... digo, matar!Em 1998 foi lançado Tomb Raider III: The New Adventures of Lara Croft, na minha opinião o melhor de todos, para PC, Mac e Playstation, com gráficos muito mais bonitos, incluindo raios, chuva, neve e vários outros fenômenos atmosféricos, novas armas, veículos (quadriciclo, unidade de propulsão submarina, bote inflável e carrinho de mineração) e novos movimentos (Lara agora pode se pendurar no teto, se agachar, rastejar e dar corridas curtas). Lara começa sua aventura na Índia, onde procura pela Pedra de Infada. Ao encontrá-la, ela é advertida pelo Dr. Willard, um cientista escocês, de que a Pedra é um de quatro artefatos feitos com metal de um meteoro, e que podem colocar a humanidade em risco se caírem em mãos erradas. Lara decide encontrar tais artefatos, passando por 21 fases. Como no anterior, uma das fases só estará disponível se você encontrar todos os segredos (de 0 a 6 por fase) e outra é a Mansão Croft. As outras 19 estão divididas entre Índia, Area 51, Tahiti, Londres e Antártida. Após cumprir as fases da Índia, você poderá escolher em qual ordem irá enfrentar as três seguintes, só podendo ir à Antártida quando já as tiver concluído.

Seguindo o que já havia acontecido com o primeiro Tomb Raider, em 1999 foi lançado Tomb Raider: The Golden Mask, um CD duplo para PC e Mac, que consistia em Tomb Raider II e uma aventura-bônus, onde Lara teria que encontrar a Máscara de Tornasuk antes de um grupo de mercenários contratados para isto. Quatro fases na Rússia, e mais uma de bônus em Las Vegas, caso o jogador encontrasse todos os 12 segredos. Como no anterior, quem comprou o TR2 original também poderia baixar esta aventura de graça no site da Eidos.

Last Revelation1999 também foi o ano de lançamento daquela que seria a última aventura de Lara Croft: Tomb Raider: The Last Revelation, para PC, Mac, Playstation e Dreamcast. Tirando os gráficos, a esta altura já belíssimos, este jogo foi planejado para ser o mais parecido possível com o primeiro. O inventário foi remodelado, e agora Lara poderia combinar itens, escalar cordas, se balançar e "virar esquinas" enquanto escala, além de escolher entre mira automática ou manual. A história começa no Camboja, em 1984, onde Lara, com 16 anos, começa sua vida de aventureira. Mais tarde (após duas fases), ela já está no Egito, onde procura o Amuleto de Set. Encontrando-o, porém, Lara libera Set para dominar o mundo, e sua missão passa a ser enclausurá-lo novamente, antes que ele consiga sair do templo. Fora as duas primeiras fases, todas as demais se passam no Egito. Os seis "mundos" da vez são Camboja, Vale dos Reis, Karnak, Alexandria, Cairo e Gizé. Este era o maior jogo de todos até o momento, com 35 fases. Não há Mansão Croft nem fase-bônus, mas o jornal britânico The Times, na época do lançamento do jogo, disponibilizou em seu site uma fase exclusiva, onde Lara explora a tumba de Tutancâmon. Ao final deste jogo, quando Set é novamente aprisionado, o templo começa a desmoronar. Lara não consegue fugir a tempo, sendo soterrada, e dada como morta.

Chronicles2000 começou com o lançamento de Tomb Raider: The Lost Artifact, para PC e Mac. Inicialmente um projeto do mesmo estilo de Unfinished Business e The Golden Mask, The Lost Artifact foi lançado separadamente, sem Tomb Raider III, e não estava disponível para download na Eidos. A história é que Lara descobriu que existe um quinto artefato feito do mesmo meteoro que os outros quatro de TR3, e decide encontrá-lo também. São seis fases, divididas entre Escócia e Paris, e mais a Mansão Croft.

Também em 2000 foi lançado Tomb Raider Chronicles, para PC e Mac. Estando Lara presumidamente morta, seus amigos se reúnem para um funeral simbólico (já que não há corpo), e se lembram de suas antigas aventuras. Em um sistema interessante, cada "mundo" do jogo é uma "lembrança" de um dos amigos de Lara. Curiosamente, acompanha este jogo um editor de níveis, para que você possa fazer suas próprias fases de Tomb Raider. Como novos movimentos, Lara pode andar em cordas-bambas, usar barras horizontais como impulso para saltos (tipo uma ginasta) e virar cambalhotas para sair de lugares apertados. O único "veículo" novo é uma roupa de profundidade. As 13 fases estão divididas entre Roma, onde, em uma aventura que se passa entre Tomb Raider I e II, Lara tenta encontrar a Pedra Filosofal; Rússia, onde Lara invade um submarino para encontrar a Lança do Destino; Irlanda, onde Lara com 16 anos enfrenta fantasmas e demônios; e o Quartel-General da VCI, onde nossa heroína tenta recuperar um artefato roubado conhecido como Íris. No fim do jogo, Von Croy, o antigo professor de Lara, fazendo escavações no Egito, encontra algo surpreendente...

Angel of DarknessProvavelmente tão surpreendente quanto o último jogo da série até agora, Tomb Raider: The Angel of Darkness, de 2003. Sim, este jogo sofreu sucessivos atrasos antes de ser lançado para PC e Playstation 2, e todos imaginavam que seria uma obra-prima. Os gráficos realmente são primorosos, mas o jogo em si é horrível! A câmera raramente mostra o que precisamos visualizar, Lara não responde instantaneamente aos comandos, é impossível correr empunhando a arma quando há um inimigo na tela e, como se isso já não bastasse, em algumas fases não se joga como Lara, e sim como um paranormal chamado Kurtis Trent, que deseja vingar a morte de seu pai. Só posso dizer que foi uma decepção total. Até a história é meio estranha: Lara, já não tão presumidamente morta, recebe um telefonema de Von Croy, pedindo para que ela o ajude a encontrar as Pinturas Obscuras, antigos quadros do século XIV. Ao chegar ao apartamento de Von Croy, porém, Lara o encontra morto, e passa a ser a principal suspeita deste crime. Agora, além de fugir da polícia, Lara ainda precisa encontrar um homem chamado Eckhardt, sua única pista sobre o assassinato de Von Croy. São 29 fases, divididas entre Paris e Praga. Apesar de ser o mais bonito, infelizmente é o pior de todos.

Tomb Raider ainda teve duas versões para Game Boy Color (Tomb Raider e Tomb Raider: Curse of the Sword), uma para Game Boy Advance (Tomb Raider: The Prophecy) e uma para o N-gage, o videogame/celular da Nokia (que é igualzinho ao primeiro Tomb Raider, diga-se de passagem). Tirando a deslizada feia que foi Angel of Darkness, é uma excelente série, com elementos únicos e empolgantes. Não há previsão de um novo título da série, mas eu espero que não lembre nem de longe o último, senão serei obrigado a considerar que a série acabou no Chronicles.

Tomb Raider

Parte 1

Ler mais